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Homem branco de boné azul ao lado de um cão da raça golden retriever

O que não te contaram sobre a morte do Joca

Cão da raça Golden Retriever morreu em abril de 2024 durante transporte aéreo realizado pela Gol.

A morte trágica do Joca, um cão da raça Golden Retriever, durante um voo da companhia aérea Gol, comoveu o país e gerou grande repercussão. O cachorro, que deveria ter sido enviado para Sinop (MT), foi erroneamente enviado à Fortaleza (CE), onde permaneceu por cerca de 40 minutos antes de retornar a Guarulhos (SP). Infelizmente, ao ser entregue ao seu dono, o Joca já estava sem vida.

A questão que fica é: o erro da Gol, por mais grave que tenha sido, foi suficiente para causar a morte do Joca?

De acordo com uma matéria publicada no portal O Globo, o laudo de necrópsia realizado pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP indicou que o Joca morreu em decorrência de um choque cardiogênico. O exame revelou ainda que o cão apresentava condições cardíacas pré-existentes, como hipertrofia ventricular esquerda excêntrica moderada e doença mixomatosa valvar, fatores que podem ter contribuído para o choque cardiogênico que o levou à morte.

Como apontado em um artigo da Petwork Travel, o conforto e o bem-estar dos animais durante viagens aéreas dependem diretamente de sua adaptação e condicionamento às caixas de transporte. Viagens sem esse preparo podem ser estressantes e prejudiciais, especialmente em cães com problemas de saúde.

E o que isso tem a ver com o estresse e as condições de saúde do Joca?

Simples: o Joca não estava em condições adequadas de saúde e preparo, e nunca deveria ter sido submetido a uma viagem aérea nessas condições, pois conforme citado pela própria legista, o estresse por si so já poderia ter levado o Joca a óbito.

Segundo reportagem veiculada pelo Fantástico, o dono de Joca alugou a caixa de transporte no momento do embarque, sugerindo que o cão não estava habituado ao uso da caixa. Agora, imagine colocar um cão com sérios problemas cardíacos em uma caixa desconhecida, submetendo-o a uma viagem estressante em um ambiente novo, como um aeroporto. A situação se torna ainda mais crítica.

Nossa empresa, que frequentemente transporta cães para destinos como Dubai, onde eles passam em média 24 horas em suas caixas, sabe da importância do preparo e condicionamento. Mesmo com o erro da Gol, se o Joca fosse um cão saudável e preparado, ele teria resistido à viagem.

Tecnicamente, cães que sofrem de hipertrofia ventricular esquerda excêntrica e doença mixomatosa valvar estão sob risco elevado de complicações graves, incluindo óbito, quando submetidos ao estresse.

A seguir, explicamos como essas condições afetam o organismo e como o estresse pode ser fatal.

Condições Cardíacas e o Estresse

  1. Hipertrofia Ventricular Esquerda Excêntrica: Essa condição envolve o aumento do volume do ventrículo esquerdo, causado por uma sobrecarga de volume, como ocorre em doenças valvares ou insuficiência cardíaca. Isso leva à diminuição da eficiência do coração e ao aumento do esforço cardíaco.
  2. Doença Mixomatosa Valvar (DMV): Comum em cães de raças pequenas, essa condição afeta a válvula mitral, que perde a capacidade de fechar corretamente, causando regurgitação do sangue e aumentando o esforço do coração. Com o tempo, isso leva à hipertrofia e insuficiência cardíaca.

Impacto do Estresse:

  • Resposta simpática: O estresse, seja físico ou emocional, pode aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial, sobrecarregando o coração. Em animais com essas condições, o estresse pode agravar a disfunção cardíaca, levando à insuficiência cardíaca aguda ou a arritmias fatais.
  • Aumento da temperatura corporal: O estresse também pode elevar a temperatura do corpo, exacerbando a demanda metabólica e cardíaca. Isso é especialmente perigoso, pois pode desencadear uma descompensação do sistema cardiovascular.
  • Choque cardiogênico: O aumento da carga de trabalho cardíaca pode resultar em choque cardiogênico, condição em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para o corpo, levando à falência de múltiplos órgãos e à morte.

Ou seja, cães com hipertrofia ventricular esquerda excêntrica e doença mixomatosa valvar têm um risco significativamente aumentado de complicações graves ou morte quando expostos ao estresse. Por isso, é fundamental minimizar situações estressantes e monitorar de perto esses animais para evitar descompensações cardíacas.

A morte do Joca destaca a importância do preparo adequado e do cuidado especial com animais com problemas de saúde durante o transporte aéreo ou frente a situações estressantes, e sugere que o Joca pode ter entrado em óbito por conta de sua cardiopatia.

A Petwork Travel já realizou o transporte de mais de 8.000 animais na modalidade carga viva e até a publicação deste artigo não temos nenhum registro de óbito, fugas ou acidentes. Já as estatísticas oficiais da International Pet and Animal Transportation Association (IPATA) e do Departamento de Transporte dos Estados Unidos (DOT) mostram que apenas 0,01% dos animais transportados por avião sofrem algum tipo de acidente, o que demonstra que 99,99% dos animais são transportados de maneira segura ao redor do mundo. Precisa preparar o seu animal para o transporte aéreo? Confira o nosso artigo sobre o que você precisa saber antes de programar uma viagem de avião com seu pet

Nota do editor:

Lamentamos profundamente pela morte do Joca, independentes dos motivos e das circunstâncias, e desejamos que seu proprietário possa encontrar o conforto necessário para a sua inestimável dor. Entendemos que o erro da Gol, a falta de adaptação na caixa de transporte e a temperatura atmosférica (cerca de 28ºc) tenham potencializado as condições pré-existente do Joca, porém, mesmo que o transporte tivesse acontecido nas melhores condições possíveis, ou até mesmo na cabine de passageiros, ainda assim haveria um alto risco de óbito devido às suas condições de saúde. Apesar da trágica morte do Joca, o avião continua sendo o meio de transporte mais seguro do mundo, inclusive para animais. O transporte é extremamente seguro, mas desde que os animais estejam em perfeito estado de saúde, condicionados ao embarque e desde que todas as normas da IATA sejam cumpridas.

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